fonte:Agencia Brasil
05/08/2013 - 7h35
Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os estados do Tocantins, Maranhão e Piauí tiveram a maior
variação no componente educação do Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHM) de 1991 a 2010. O Maranhão e o Piauí registraram
variações de pouco mais de 78% e o Tocantins apresentou índice de 89% em
20 anos. Os três estados ocupavam as últimas posições do ranking
nacional em 1991. Vinte anos depois, o Tocantins passou para a 14ª
posição, o Piauí subiu uma - para a 25ª - e o Maranhão, que estava em
último lugar, passou para o 19º. O índice da educação, que era
classificado como muito baixo nos três casos, subiu para médio.
O IDHM foi divulgado na semana passada no Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013,
elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. No
Brasil, a área da educação teve o maior crescimento relativo, com 129%
no período de 1991 a 2010.
O Tocantins passou de um IDHM Educação de 0,369 em 1991 para 0,699
em 2010. Entre os itens que compõem o indicador, a taxa de analfabetismo
dos jovens de 15 anos ou mais ainda está abaixo da taxa brasileira, mas
passou de 30,12% para 13,09% - no Brasil, a taxa de 2010 é 9,61%.
Quanto à escolaridade, a expectativa de anos de estudo passou de 6,36
para 9,8, superando a expectativa brasileira de 2010, de 9,54. O
atendimento também melhorou e superou a taxa brasileira de 93,19%. Se em
1991, 65,77% das crianças e jovens tocantinenses de 6 a 17 anos estavam
na escola, em 2010 a taxa subiu para 93,86%.
No Piauí, a taxa brasileira de atendimento também foi superada em
2010 - 94,45% das crianças e jovens de 6 a 17 anos estavam na escola,
enquanto em 1991 as redes de ensino atendiam a 62,91%. A expectativa de
anos de estudo no estado passou de 5,89 para 9,23 anos - abaixo da
nacional. A taxa de analfabetismo dos jovens de 15 anos ou mais ficou
acima da brasileira. Em 1991, 40,46% não sabiam ler ou escrever, em 2010
eram 22,92%. O IDHM Educação do estado passou de 0,362 para 0,646.
No Maranhão, o IDHM Educação passou de 0,357 para 0,639. A taxa de
atendimento de 6 a 17 anos passou de 59,38% para 93,01%, ainda abaixo da
brasileira. A expectativa de anos de estudo também ficou pouco abaixo
da nacional em 2010, atingindo 9,26 anos, mas apresentou aumento em
relação à expectativa de 6,29 anos de estudo em 1991. Há 22 anos, a taxa
de analfabetismo no estado era 40,68. Vinte anos depois, 20,87% não
sabem ler ou escrever.
"Nesses últimos 20 anos, a educação é responsável por 71% da melhora
do IDHM do Brasil", disse na última semana o ministro da Educação,
Aloizio Mercadante. Ele reconheceu que a evolução não significa que
todos os municípios tenham atingido um patamar satisfatório e lembrou
que esses municípios precisam de apoio. "Esses municípios precisam de
reforço, acompanhamento e apoio".
Segundo a diretora executiva do movimento Todos pela Educação,
Priscila Cruz, os dados mostram que o primeiro passo para a conquista do
direito a uma educação de qualidade está sendo dado no Brasil. "O que a
gente viu foi que nos último 20 anos o país avançou bastante,
justamente no [estado e município] que estava atrás. Quanto mais atrás,
maior o potencial de avanço", explica.
Ela aponta, no entanto, que a dificuldade do Brasil está em avançar
na qualidade da educação, o que não é mostrado em índices como o IDHM.
"Não basta a matrícula, tem que garantir qualidade. Nesse passo, que
significa uma efetividade total, é que temos tido mais dificuldade em
avançar". De acordo com o relatório De Olho nas Metas, produzido pelo
movimento, o aprendizado é comprometido conforme o aluno avança.
Nos três estados, a meta de aprendizado em português e matemática
não é cumprida no terceiro ano do ensino médio, etapa com o maior
gargalo na educação brasileira. A exceção é apenas em português no
Maranhão, onde 15,3% dos estudantes têm o aprendizado adequado, e no
Tocantins, em que 20,2% estão de acordo com o período.
A meta do Todos pela Educação não é oficial, é calculada para que em
2022, ano do bicentenário da independência, o país assegure a todas as
crianças e jovens o direito à educação básica de qualidade. Para isso,
70% ou mais dos alunos devem ter aprendido o que é adequado para a
série. Pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do
Ministério da Educação, calculado pelo desempenho e pelo fluxo escolar,
os três estados superaram a meta para o período.
Comentários
Postar um comentário